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Gabi Picholari - Guinadas Inspiradoras

De Gestão Ambiental e Responsabilidade Social à Sustentabilidade do Ser

Eu fiz um mestrado em Gestão Ambiental na Austrália e naquela época quis me envolver com políticas públicas na esperança de conseguir de fato impactar positivamente a forma como as pessoas interagem com a natureza. Percebi que na Austrália o lobby das mineradoras era tão forte que grande parte das pesquisas e políticas eram barradas. Foi minha primeira grande decepção.

Eu percebi que talvez pelo governo eu não conseguisse chegar no cerne da questão. Depois disso fui estudar Responsabilidade Social Corporativa e cheguei a trabalhar com ONGs, e Consultorias de Sustentabilidade e Inovação. Todos os trabalhos envolviam um nível alto de complexidade de stakeholders e responsabilidade, mas eu sempre percebia que sem uma mudança real nos seres humanos, nenhuma transformação significativa seria possível.


Descobri então que a minha busca pela sustentabilidade na verdade era pela sustentabilidade do ser. Foi só após me sobrecarregar muito em diversos projetos que me levaram a um nível alto de frustração por perceber justamente isso, que tive síndrome do pânico. A doença me fez parar tudo que eu fazia - na época estava ajudando a empreender um coworking bastante inovador e lidando com transição de cultura corporativa para gestão horizontal - e olhar profundamente para mim. Posso dizer hoje que o que me trazia insatisfação era tentar mudar o mundo sem me mudar primeiro.

Assim que descobri que estava com pânico, encarei um retiro de 10h de silêncio e meditação por dia, durante 10 dias, o Vipassana. Lá, percebi que existiam vozes contraditórias dentro de mim que eu nunca havia ouvido anteriormente.

Aquela experiência me abriu todo um campo de profundidade da minha própria humanidade na qual quis mergulhar. Fiz um programa de coaching de propósito de vida que me deixou claro que eu queria trabalhar com desenvolvimento humano, e desde então comecei uma jornada de buscas sobre o tema e novas formas de ver o mundo e a mim mesma.


O caminho para mim foi trabalhar numa escola em Pipa, aprender mais sobre educação, conhecer como uma tribo de índios lidava com educação, morar em ecovilas para aprender mais sobre o tema e me formar terapeuta (Schumacher College, Findhorn Foundation, Piracanga), fazer formações de coaching e facilitação de grupos e acima de tudo, aceitar enfrentamentos internos profundos, desconfortáveis, atravessar períodos de muita solidão, incerteza, ansiedade.

No caminho, ajudas sempre iam surgindo conforme as minhas intenções mais genuínas de desenvolvimento. Assim como a grana, ela sempre ia aparecendo sincronicamente a cada passo que eu dava, assim como bolsas de estudo. Acredito de verdade que os recursos necessários para realizarmos o que viemos fazer simplesmente surgem.


O resultado é o programa que estou empreendendo hoje em dia para universitários. Vou lança-lo na FGV agora no final de agosto. Também sou coach de propósito de vida e autoestima para jovens. O programa Olhar Fértil para universitários tem como objetivo empoderar jovens a terem mais confiança na própria intuição por meio de atividades corporais, lúdicas, e muitas quebras de paradigmas com a revelação de crenças limitantes, habilidades socioemocionais e conversas sobre empreendedorismo social.

Os parceiros que cultivei ao longo da minha caminhada garantem a qualidade do programa, e nosso maior propósito é sustentar uma revolução ética que tenha o autocuidado e a empatia como centro. Apliquei a metodologia com jovens do Insper no primeiro semestre e o retorno foi bastante positivo.

A minha vontade de empreender, tudo isso surgiu quando eu descobri que o suicídio é a segunda maior causa de morte de jovens hoje no mundo, pela falta de culturas de bem-estar integral e propósito de vida. Meu empreendimento é a resposta e contribuição que encontro hoje para ajudar a solucionar uma questão que me inquieta profundamente.

Me sinto realizando meu propósito, por mais incerto que isso seja ainda hoje. E sei que por mais que as formas mudem, o meu norte - trabalhar com desenvolvimento humano - não muda mais. Também estou conduzindo uma pesquisa no Hospital Albert Einstein sobre a relação da autocompaixão com o protagonismo social, tema sobre o qual quero me especializar cada vez mais.


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